segunda-feira, setembro 17, 2012

...

E o rio retoma o seu curso...

terça-feira, novembro 18, 2008

linha

Os membros presos
Na negra corda do conforme.
A consciência plena do seu estado
E a indubitável inércia, sua característica.
A vida a uma linha da mudança
Com um instrumento ferrugento pousado nas mãos.

terça-feira, janeiro 01, 2008

O Jardim!

Há muito tempo
Que não cuido do jardim.

Assisto ao seu lento macerar,
Estertoroso evaporar de vida,
Paulatina homogeneização cromática.

Voltarei a ti
Quando a inércia que me tolhe
Se desvaneça como o nevoeiro
Que me ensombra a vista.

Voltarei a ti… meu jardim!

quarta-feira, junho 20, 2007

míngua

Escrevo na noite do meu corpo,
Sob a doentia amarela cor
Que o ilumina do alto de uma hirta alvura,
Ninguém me conhece…
Ínvios caminhos que me desenham
Pusilânime.
Criptogâmica de hastes bem abertas,
Onde pousam,
Pesados,
Abutres da saudade.
Que Deípara me redima
De tamanha displicência,
De enfarada vida.
Atro despido sobre o niilismo.

Que quer isto dizer?
Ciclicamente Nada!

NADA sei!
Por isso NADA escrevo!
E se este é o epílogo desse nada?
Será este o epílogo de tudo?
Este é o epílogo de tudo!
Ténue fio que me separa da certeza.

e aqui perdido me encontro…

sábado, abril 14, 2007

Praesagiu

A Dor é um fio que se entrelaça...
Amordaça a lucidez da vida.

Aguardo o perecer...
Não discirno a força para lutar,
Uma vida que me impeliram a habitar.

Dêem-me a ignorância,
O amorfismo
E um pedaço de pão.
Não possuo males!
Oferto os meus bens.

Pálido como o medo
Encosto-me a esta parede, branca.
Como se desenha a contingência?

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Vácuo

A Dor
De nada mais ter para dizer.
O doloroso sufoco
Que suspende a fala.
Observar palidamente o esvair da tinta,
Negra escuridão que em palimpsesto escorria.
A queda abrupta,
Desamparada,
De palavras que se quebram
Num silêncio ensurdecedor.

Débil néscio.
Estulta revolta e impotente,
A endémica tristeza que em mim cresceu.

Terrível epílogo este,
Morrer sem nada para dizer.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Desorientação

Homem sem visão.
Deixemos as palavras
À sua desorientação.

Atirar uma palavra,
Vê-la cair...
Até ao seu esquecimento.
O homem sofre
Apagado no seu tormento.
Inerte.
Sem fugir.
Rói uma corda
Na qual se enrola,
Em que se prende
Viciosamente impotente.

O homem perdido
Rapidamente será esquecido.